Desde os tempos mais remotos a humanidade criou diversos mitos sobre a gravidez. Alguns são muito conhecidos, como aquele que afirma ser impossível para uma mulher engravidar na primeira relação sexual.
Outros são mais restritos, como o que diz ser impossível engravidar se houver orgasmo. Todos, obviamente, estão equivocados, mas algumas pessoas insistem em acreditar neles.
Essas histórias circulam pela humanidade há muitas de gerações e, como todo o mito, podem ter tido alguma função em outros momentos da História. Hoje, porém, a ciência já provou que estão erradas, e não há motivo para que a vida sexual das pessoas permaneça na idade das trevas.
Veja a lista que o Centro Latino-americano para a Saúde da Mulher (CELSAM) elaborou com os erros mais comuns ligados à contracepção nas relações sexuais.
Mito 1: A mulher não engravida na primeira relação
A realidade:
Quando uma mulher ou adolescente menstrua, isto significa que ela ovulou. E, se ela ovula, está com suas funções reprodutivas normais.
Mesmo que o corpo de uma adolescente ainda não esteja plenamente desenvolvido para sustentar uma gravidez, ela pode acontecer desde a primeira ovulação (que ocorre cerca de 15 dias antes da primeira menstruação).
Este mito da primeira vez é tão forte que cerca de 20% das adolescentes grávidas foram fecundadas na primeira relação, e cerca de 40% das gestações durante a adolescência ocorrem nos seis primeiros meses de vida sexual.
O que as mulheres precisam entender é que, se a relação sexual ocorrer durante a ovulação, qualquer mulher pode engravidar, mesmo em sua primeira relação.
Mito 2: A tabelinha é um método seguro
A realidade:
Este método, que consiste numa tabela que prevê o dia da ovulação, não é seguro, pois o ciclo menstrual não é totalmente previsível.
Considera-se que, em média, o ciclo menstrual seja de 28 días. Mas este prazo varia muito de mês a mês, e também de mulher para mulher. Por isso, é muito difícil prever o dia certo da ovulação que, em geral, ocorre bem no meio do ciclo menstrual.
Além de ser difícil de prever o dia da ovulação, a “tabelinha” tem outra falha: cada ejaculação libera em torno de 300 a 400 milhões de espermatozóides, que podem viver dentro do corpo da mulher por até 7 dias. E, se a ovulação ocorrer em algum dessas dias, é possível que aconteça a gravidez.
Mito 3: É preciso interromer o uso da pílula
A realidade:
Atualmente, não há motivos médicos que justifiquem esta prática. Já está demonstrado que os chamados “descansos” da pílula, isto é, a interrupção de seu uso por alguns meses, perodicamente, não são necessários - a não ser, é claro, que o casal esteja planejando uma gravidez.
O “descanso” era recomendado para as pílulas antigas, que tinham doses de hormônios muito mais altas do que as pílulas atuais. Hoje, a interrupção da pílula é que pode provocar mais desconforto, como um pequeno atraso menstrual no primeiro mês e a necessidade do uso de outros métodos anticoncepcionais durante a interrupção.
Evidentemente, se a mulher apresentar problemas decorrentes do uso da pílula, esta deve ser trocada, ou mesmo substituída por outro método anticoncepcional. Entretanto, o uso da pílula, assim como sua interrupção, devem ser indicados pelo médico ginecologista.
Mito 4: O coito interrompido é um método seguro
A realidade:
O coito interrompido, ou o famoso “gozar fora”, é um dos métodos anticoncepcionais mais antigos, mas também um dos menos seguros que existem.
Todos sabem que, para haver a gravidez, é necessário que haja um óvulo e um espermatozóide. O que poucas pessoas sabem é que o sêmem não é o único meio através do qual o homem expele seus espermatozóides: o líquido lubrificante produzido pelo homem antes da ejaculação também está cheio de espermatozóides, e o homem não tem nenhum controle sobre sua produção.
Para se ter uma idéia do perigo, cada gota deste líquido, chamado de “prostático”, contém cerca de cem mil espermatozóides - e, para haver fecundação, só é necessário um.
O coito interrompido também apresenta outro perigo, que é o do homem não conseguir controlar a ejaculação, e acabar ejaculando dentro da mulher. Além disso, este método pode tirar muito do prazer do sexo, tanto pela tensão que cria quanto pela interrupção da relação antes do fim.
Mito 5: É possível ficar grávida na amamentação
A realidade:
A eficácia anticoncepcional da lactação varia muito de mulher para mulher.
Para que a mulher tenha uma proteção eficaz durante a amamentação, é preciso haver certas características combinadas:
A menstruação não pode ter voltado depois do parto.
A produção de leite deve ser muito grande e, para isso, o leite deve ser a única fonte de alimento do bebê, o que significa que o método só é seguro até seis meses depois do parto.
Mito 6: Tendo orgasmo, a mulher não engravida
A realidade:
A fisiologia reprodutiva - especificamente, a ovulação - não está ligada à resposta sexual humana.
Isto significa dizer que não existe relação entre o orgasmo e as possibilidades de uma mulher engravidar. Aliás, muitas mulheres deixam de ter orgasmo precisamente pelo medo de ficarem grávidas.
O fato de uma mulher ficar grávida depende única e exclusicamente da implantação de um óvulo fertilizado em seu útero, o que independe do prazer alcançado durante o ato sexual. Por isso, nem a ovulação nem a fixação do óvulo fecundado no útero têm qualquer relação com o orgasmo.
Mito 7: A pílula anticoncepcional provoca câncer
A realidade:
Desde que a pílula anticoncepcional entrou no mercado, há cerca de 40 anos, incontáveis pesquisas foram feitas sobre sua possível relação com o câncer, e nada foi encontrado.
Para obterem licença de comercialização, todos os medicamentos são submetidos a múltiplos testes de eficácia, segurança e toxicidade. Tais investigações levam vários anos, e os testes são feitos em laboratórios, em animais e em grupos controlados de pacientes.
Um dos remédios mais testados nos últimos quarenta anos é, exatamente, a pílula anticoncepcional. Com isso, seus componentes melhoraram muito, e as dosagens hormonais estão cada vez menores.
Ao contrário do que se pensa, o que está provado é que a pílula tem efeitos benéficos na prevenção de alguns tipos de câncer. Veja alguns benefícios que podem ser trazidos pelo uso da pílula:
Diminuição do risco de câncer de ovário:
O câncer de ovário é a primeira causa de morte de mulheres em países desenvolvidos, e a quinta em países em desenvilvimento. Geralmente, quando diagnosticado, este tipo já está avançado demais para que haja cura. O uso da pílula durante pelo menos 4 anos reduz o risco em 40 %. Se o uso for por mais de 12 anos, aproteção chega a 60%. O efeito dura por 15 anos.
Diminuição do risco de câncer de endométrio:
O câncer do endométrio (tecido que recobre a parte interna do útero) é uma doença muito comum. Pesquisas indicam que o uso da pílula pode ajudar a preveni-lo. Em alguns casos, o uso prolongado da pílula oferece uma proteção de até 80%.
Diminuição do risco de doença inflamatória pélvica:
Esta é uma doença infecciosa grave que atinge o útero, as trompas e outros órgãos pélvicos. Pode exigir cirurgia de emergência, e é uma causa comum de esterilidade feminina. Pesquisas indicam que o uso da pílula ajuda a prevenir a doença.
Fonte: www.terra.com.br
terça-feira, 4 de março de 2008
Mitos e verdades sobre métodos anticoncepcionais
Marcadores: Mulher, Sexualidade
Postado por Mim às 14:21
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